terça-feira, 2 de março de 2010

INTERESSANTE...


Sobre estar sozinho

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos,  na qual existe individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com  o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.




A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se for manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria.

Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.

Eu gosto e desejo...a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficarem sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmo.

Elas estão começando a perceber que se sentem frações, mas são inteiras.

O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma.


É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.

Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.

Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.

Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas·são ótimas são muito parecido com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro
é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.

Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.

(Flávio Gikovate, médico psicoterapeuta)

"As grandes idéias de sucesso foram criadas por pessoas que reconheceram um problema e o transformaram em uma oportunidade."
[Joseph Sugarman]

Comentários (2)

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Ridiculo.
As duas pessoas que se unem, devem necessitar uma da outra. Individualismo é a palavra de ordem nesse milênio, mas estará mesmo certa?

Discordo de todo o meu ser, que uma pessoa tenha de prover as necessidades do ego de outrem, de forma a estimular o pensamento de que tem-se que encontrar a pessoa que me satisfaça no que não posso me satisfazer sozinho.

Homem e mulher devem ser um só. devem sofrer com a ausencia um do outro, se inteirar completamente da vida do cônjuge, se alegrar, e construirem coisas juntos. O Amor não tem nada a ver com a época, mas sim com a intensidade. Não se pode mudar o significado de Amor, como não é possivel mudar o significado de solidão.
1 resposta · ativo 715 semanas atrás
Caro amigo, não leve nada nesse blog tão a sério. Somente coloco no meu blog, emails que recebo. Não expressando minha opinião pessoal.

Além do que consta do texto:

"Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal"

Logo, estar sozinho é passageiro, para o seu próprio auto-conhecimento.

Acho que você não leu o texto todo ou simplesmente não entendeu.

Entretanto respeito seu ponto de vista, portanto respeite o ponto de vista do autor do texto.

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